9 coisas que você provavelmente não sabe sobre os palavrões
- Isabela Gomes
- 10 de jun. de 2015
- 4 min de leitura
Por Katy Steinmetz 10 de Abril, 2013
Os “nomes feios” estão entre nós desde que nossos antepassados estavam aqui – e os antepassados deles também. Em Holy Sh*t: A brief History of swearing (livremente traduzido como: Puta Merda: Uma breve história do xingamento, livro que saiu este mês pela imprensa da Universidade de Oxford, a expert em literatura medieval Melissa Mohr traça o uso de palavrões desde a Roma Antiga. NewsFeed a entrevistou e pedimos uma amostra em que os leitores podem tropeçar no caminhar da carruagem. Aqui estão nove tópicos de discussão de sua obra para seus próximos (provavelmente, bem picantes) happy hours.
1. Uma pessoa comum xinga bastantinho
Cerca de 0.7% das palavras que uma pessoa usa diariamente são palavrões, o que pode não parecer muito porém, segundo as anotações de Melissa, essa quantidade é igual ao número de vezes em que usamos pronomes da primeira pessoa do plural – nós, nosso. A quantidade típica, diz Melissa, vai de zero a 3%. Como seria conversar com alguém usando estes 3%? “ Seria como Eddie Murphy” diz ela. Provavelmente de Murphy Raw – Eddie Murphy sem censura, filme americano dos anos 70 -, não dublando o Burro de Shrek 4.
2. Crianças aprendem os “nomes feios” antes mesmo de aprender o alfabeto.
O trabalho de Melissa incorpora uma pesquisa feita por Timothy Jay, psicólogo e professor da Faculdade de Massachusetts de Artes Liberais, que encontrou a estatística de 0.7% citada acima e também traçou a origem do uso destes termos por crianças – até quando bem pequenas. Aos dois anos, diz Melissa, a maioria das crianças já sabe pelo menos um palavrão; aos três ou quatro anos é que isso se desenvolve mais.
3. Alguns dos palavrões que usamos hoje em dia têm mais de 1000 anos.
“...M***(shit) é uma palavra extremamente antiga encontrada em textos Anglo-saxônicos...” afirma Melissa. Os falantes de inglês agora chamam de bundas e peidos(farts and asses), ela acrescenta, eram usados pelos anglo saxões, apesar de que na época não eram considerados termos grosseiros como são hoje em dia.
4. Os Romanos antigos estabeleceram uma base para a palavra com F.
Existem dois tipos de palavrões, afirma Melissa: blasfêmia – usar o nome de Deus em vão – e palavras obcenas, com cunho sexual ou racista. Os Romanos nos deram um modelo para palavras obcenas, ela diz, porque sua forma de xingar era parecida, baseada em tabus sexuais, apesar de ter outra vertente. ”Os Romanos não separavam as pessoas (em homossexuais ou heterossexuais),” diz Melissa. “ Eles dividiam em ativos e passivos. Então o que importava era ser o parceiro ativo.” Consequentemente, os insultos de cunho sexual seguiam uma linha de palavras como pathicus um termo que, praticamente quer dizer “receptor”.
5. Na Era Medieval, acreditava-se que a blasfêmia literalmente machucaria Jesus Cristo.
Na Idade Média, diz Melissa, acreditava-se que certas blasfêmias literalmente machucariam o corpo de Cristo, enquanto ele estava ao lado de seu Pai, no Paraíso. Frases que continham partes do corpo, como “pelas barbas do profeta” ou “ “, eram vistas como um tipo de oposição à eucaristia católica – a cerimônia em que o padre diz invocar o corpo de Cristo pelo pão e seu sangue pelo vinho.
6. No entanto, palavras obscenas não importavam muito.
“ As palavras de conteúdo sexual ou de excremento não tinham o peso que tem hoje, basicamente porque as pessoas na Idade Média tinham muito menos privacidade do que nós,” explica Melissa, “ então seu senso de vergonha era muito menor.” Muitas pessoas dormiam na mesma cama ou iam ao banheiro ao mesmo tempo, então as pessoas se viam em seus momentos de... bem, de suas funções naturais, mais frequentemente – o que tornava a menção a isso menos escandalosa.
7. Pessoas da “classe média crescente” falam menos obscenidades.
Os “burgueses” xingavam menos, diz a expert em literatura medieval. “ Isso nos remete às ideias da era Vitoriana, em que você era controlado em sua linguagem e comportamento, o que indicava se você era digno, boa pessoa e era um sinal de sua moralidade e conhecimento das regras sociais”, ela explica. As classes mais altas, ela diz, xingavam mais, no entanto: enquanto “a classe ascendente” media suas palavras, aristocratas tinham uma posição segura na sociedade, então eles podiam dizer o que bem entendessem – e até mostrar.
8. Falar palavrão afeta seu corpo fisicamente.
Ouvir e repetir palavrões pode mudar a conduta de sua pele, fazendo as palmas transpirarem. Um estudo, anota Melissa, também descobriu que xingar ajuda a aliviar a dor e se você colocar sua mão em uma bacia com água gelada, você consegue mantê-la por mais tempo se disser c---- ao invés de caramba. O que é uma boa informação para a próxima vez que você for mergulhar com um urso polar.
9. Pessoas não falam palavrões por serem preguiçosos.
Melissa Mohr discute os propositos miríades sociais em que os palavrões têm serventia, alguns são pesados e outros são legais. “ Eles são, definitivamente, as melhores palavras que você pode usar para xingar alguém, porquê são melhores que outras palavras para afetar a emoção das pessoas.”, ela diz. Palavrões são, também, as melhores palavras para usar se você bater um martelo no dedo, pois eles são catárticos, ajudam as pessoas a lidar com a dor. E estudos mostram que eles ajudam as pessoas a criarem vínculos – como os colarinhos brancos que usam termos que são tabus para construir um grupo solidário contra certos tipos de administração. Quando perguntada se o mundo seria melhor se as pessoas parassem de usar “nomes feios”, Mohr respondeu com um sonoro: Não!
Traduzido por: Isabela Gomes
Coluna no TIMES: http://time.com/author/katy-steinmetz/
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